Os Sonhos...

 Os meus sonhos são algo que  deixa sempre a desejar...

  

O que será que aí vem??

Desde pequena que eu, por vezes, que vejo coisas que ainda nem aconteceram. Não sei o que chamar a isso mas, pelas minhas investigações, acho que são uma espécie de premonições.

 Isto pode parecer estranho, para os mais leigos no assunto mas, a verdade é que me acontece muitas vezes com pessoas ,com as quais, não tenho qualquer ligação e, até, com algumas pessoas que ,são familiares afastados e eu nunca conheci.

 Para dizer a verdade, cada vez que isso me acontece, a minha cabeça anda a mil à hora, não consigo pensar em mais nada, durante uns dias!

 Eu nunca tinha falado no assunto, publicamente...o meu marido já percebeu e, a minha filha desconfia, estranha quando lhe digo para ir visitar certas pessoas, que são ligadas a ela e, muitas vezes ela fica danada, sente-se obrigada mas, eu não lhe posso dizer a verdade. Não posso pôr a cabeça dela a mil, como a minha...

 Estou a falar no assunto em público agora,  porque, estou preocupada...muito mesmo...

 Eu, não quero saber se me chamam doida, maluca,  o que quer que seja...só quero que, principalmente, as pessoas que amo, ao menos tenham tempo para se despedirem dos entes queridos, antes que seja tarde de mais!

 No, passado domingo, tive uma espécie de "sonho" , enquanto dormia...digo, uma espécie,  porque, raramente são sonhos. O "sonho" envolvia uma pessoa que me é muito querida, foi uma situação muito triste,eu estava num funeral e ela foi ter comigo, com a a face totalmente desfigurada...ela esticou a mão, para me agarrar e, quando que ia dizer o que significado de tudo aquilo eu fui, literalmente, empurŕada da cama abaixo!!

 Resultado de tudo isto, estou preocupada...muito preocupada porque, não recebi a mensagem que ia receber...

  

Zé Maria

 Zé Maria,  são tantas as memórias que,  nem sei por onde começar. O nosso cérebro tem uma capacidade incrível de armazenar e,  guardar, tudo o que nos magoou, tudo o que nos ensinou, tudo o que nos deixou feliz embora, na altura, fosse só por breves momentos...

 Graças à existência desta pessoa, eu conheci a Suíça,  a Suíça é um país pelo qual fiquei totalmente apaixonada! As casas, a paisagem, as viagens de comboio a precorrer as florestas, o rio Neuchatel, as praias, as florestas...enfim. nem sei por onde começar!

  Foi na Suíça que fiquei a conhecer  as framboesas, os mirtilos, os morangos silvestres, a groselha...  

Conjugando tudo isso, também,  tive  oportunidade da aprender a fazer umas omeletes divinas,  fenomenais! A quantidade de ingredientes que ele colocava num conjunto de ovos batidos, era fora de série!

 A oportunidade de conhecer uma pessoa amável,  bondosa, pura e doce como o José Maria, foi uma oportunidade incrível! Esse tipo de experiência , é algo que se tem uma vez na vida!

  Resumindo,  obrigada José Maria! Obrigada por tudo! Espero que um dia, nos voltemos a ver!

 

O após...

 Após eu, ter falado pela ultima vez com o meu avô, fui para casa dos meus avós,  onde tinha um divã ( local em que dormia). 

 Assim que entrei fui para lá e, chorei e chorei...chorei até parecer,  já não ter lágrimas! 

 Parecia que o meu corpo tinha mirrado com falta de liquido...fiquei sem comer, sem beber, sem qualquer reacção, a não ser, chorar! 

 A noite, lá em casa, foi terrivel!! Horrível mesmo...não bastava estar sem reacção,  ainda recebemos "visitas", foi horrível!!  As janelas abriam-se, as portas abriam-se e começavam a bater mas, o pior de tudo foram os gritos!!! Os gritos de alguém que parecia estavar "travada" lá fora e, não conseguia entrar! Foi uma experiência horrível!  Havia uma mulher do lado de fora, a minha avó identificou-a como a mãe do meu avô...

 A senhora gritava lá fora e, a minha avó gritava dentro de casa a dizer" Acabou-se!! E tu aqui não entras!!" A única coisa que sei é que,  fosse quem fosse,  era mulher e, passou toda a noite a chorar e a gritar, mum o que psrecia um sofrimento extremo!! Dava pena...eu, não me levantei, não reagi, só ouvi enquanto eu mesma, chorava sem parar!! 

 A verdade, no meio de tudo isto, é que nesse dia, perdi o meu melhor amigo, o meu mais que pai, o meu anjo da guarda, o meu protector, "my special one"... nesse dia perdi, também,  algo em mim...dói muito! 

 Desde que nasci, só o tinha a ele, mais ninguém...mais ninguem se ralava, mais ninguém me amava, mais ninguém queria saber se eu estava bem ou mal...mais ninguém...

A morte do meu avô...

O meu avô,  faleceu no dia 14 de Outubro de 1995, faleceu devido a um tumor nos pulmões que, alastrou rapidamente para os outros órgãos. 

 O meu avô não gostava de ir ao médico aliás,  detestava, desde que o conheci, nunca o tinha visto ir a um médico sequer.  Ele era muito reservado, nasceu em 1920 e tal, era de uma era completamente diferente. 

 Quando se viu obrigado a ir a um médico, foi automaticamente reencaminhado para o internamento no hospital. Isso era muito difícil para ele e, quando recebeu a notícia do que tinha ao certo aceitou , ir de imediato, para tratamento no IPO de lisboa.

 O tratamento era muito agressivo e, ele acabou por aguentar só cerca de 3 meses, a doença evoluiu muito depressa e, o facto de não ser detectado a tempo,  não ajudou nada.

 Ele acabou por ser reencaminhado para casa pois,  já não havia nada a fazer. A dada altura, ele deixou de conseguir comer e eu comecei a fazer-lhe gelatina mas, ele tinha tanta fome que, nem deixava a mesma soldificar, ele bebia-a, como se fosse água.  

 Ele perdeu imenso peso, emagreceu tanto que, parecia uma tábua e, na véspera do seu falecimento piorou bastante e, como era um doente oncológico, não foi para o hospital, ficou no centro de saúde  numa espécie de área hospitalar. 

 No dia seguinte,  quando o fui visitar, ele já não estava totalmente lúcido, apesar de me ter reconhecido automaticamente.  Eu, era a Xaninha dele e, foi assim que sempre me tratou, ele estava um pouco aflito, não conseguia respirar muito bem e isso, complicava ainda mais a sua situação mas, conseguiu dizer-me que ia descansado porque sabia que eu já estava bem entregue...tadinho, mal sabia ele...

 Nas ultimas palavras que disse, já não eram um discurso conciso, " TANTOS BICHOS!!" Dizia ele a olhar para a parede, "Tantos bichos, eles tão há minha espera!! Eu não quero ir!! Tantos bichos!!" Depois de uns minutos de lucidez completa, estas foram as suas últimas palavras. Acabou a hora da visita e eu, foi convidada a sair mas, antes, ainda reclamei com as enfermeiras porque o meu avô estava , aparentemente,  com oxigénio mas, o mesmo estava desligado.  Eu acabei mesmo, por ser "obrigada" a sair, porque constactei um facto! 

 Na hora seguinte, recebi a pior notícia que alguém poderia receber, ele faleceu.  Perdi assim, o meu melhor amigo,  o meu protector,  o meu anjo da guarda...